segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Campanha da Fraternidade 2014

Fraternidade e Tráfico Humano
"É para a liberdade que cristo nos libertou!" GL 5,1



Histórico - CF
É o momento de diálogo com a sociedade com foco da justiça social e da superação do pecado social, leva para a sociedade uma perspectiva de vivencia evangélica comprometida e deve gerar a conversão – mudança de mentalidade e de vida.

Objetivo geral
Identificar as práticas de tráfico humano em suas várias formas e denunciá-lo como violação da dignidade e da liberdade humana, mobilizando cristãos e a sociedade brasileira para erradicar esse mal, com vista ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus.

Objetivo específicos
1 – Identificar as causas e modalidades do tráfico humano e os rostos que sofrem com essa exploração;
2 – Denunciar as estruturas e situações causadoras do tráfico humano;
3 – Cobrar dos poderes públicos, políticas e meios para a reinserção na vida familiar e social das pessoas atingidas pelo tráfico humano.
4 – Promover ações de prevenção e de resgate da cidadania das pessoas em situação de tráfico.
5 – Suscitar, à luz da Palavra de Deus, a conversão que conduza ao empenho transformador dessa realidade aviltante da pessoa humana.
6 – Celebrar o mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo, sensibilizando para a solidariedade e o cuidado às vítimas desse mal.

Sobre o tema:
O tráfico humano é um crime que atenta contra a dignidade da pessoa humana, já que explora o filho e a filha de Deus, limita suas liberdades, despreza sua honra, agride seu amor próprio, ameaça e subtrai sua vida, quer seja da mulher, da criança, do adolescente, do trabalhador ou da trabalhadora — de cidadãs e cidadãos que, fragilizados por sua condição socioeconômica e/ou por suas escolhas, tornam-se alvo fácil para as ações criminosas de traficantes. Compreendido como um dos problemas mais graves da humanidade, Segundo o Papa Francisco: “O tráfico de pessoas é uma atividade ignóbil, uma vergonha para as nossas sociedades que se dizem civilizadas!”. O Tráfico Humano gera outras atividades igualmente perniciosas contra a dignidade humana.

Modalidades:
Tráfico para a exploração do trabalho;
Tráfico para a exploração sexual;
Tráfico para a extração de órgãos;
Tráfico de crianças e adolescentes;
Segundo a ONG Walk Free são 30 milhões de pessoas no mundo exploradas no tráfico humano. Segundo a OIT são 21 milhões de pessoas no mundo e 1,8 milhão na América Latina. As vitimas são 74% adultos (15,4 milhões) – 26 % abaixo de 18 anos (5,6 milhões); Gênero: 55% mulheres e 45% homens.

Principais Países/tráfico humano:
Índia – 14 milhões
China – 3 milhões
Paquistão – 2,1 milhões
Nigéria – 705 mil pessoas
Etiópia -  650 mil pessoas
Atividades: trabalho escravo/exploração sexual/casamento forçado.

Motivação Eclesial:
Igreja está intimamente solidária com as pessoas afetadas pelo tráfico humano, comprometida com a defesa da dignidade humana, dos direitos fundamentais e com a erradicação do crime, é uma negação radical do projeto de Deus para a humanidade.

A criação como fundamento da dignidade humana:
Deus liberta e mostra o caminho;
Exílio e sofrimento de um Povo;
O Profetismo da esperança e da Justiça;
O Código da Aliança protege os mais vulneráveis.
Em Jesus Cristo cumpre-se o evento decisivo da ação libertadora de Deus, a revelação em Cristo do mistério de Deus é também a revelação da vocação da pessoa humana à liberdade, Jesus entende que seu ministério é um ministério de libertação.

Compromisso da Igreja no Brasil:
Já existe um histórico de mobilização das pastorais da Igreja, atuando em diferentes vertentes no enfrentamento do Trafico Humano. Desde sua criação, em 1975, a CPT, entre seus focos de ação, veio se dedicando crescentemente à questão do trabalho escravo no campo.

Iniciativas :
Campanha de Olho aberto para não virar escravo – 1997;
Ações do Setor da Mobilidade Humana – Pastoral do Migrante;
Rede Internacional da vida consagrada contra o Tráfico de Pessoas – Thalita Kun;
Rede Um Grito pela Vida;
CBJP – Regional Norte 2;
Unidades de Cáritas Diocesanas, de Centros de Direitos Humanos, da Pastoral do Menor;
 Grupos de Trabalho na CNBB – Mutirão Pastoral contra o Trabalho Escravo.
CDVDH/CB - Açailândia

Conclusão
Nas vítimas do tráfico humano, podemos ver rostos dos novos pobres que a globalização faz emergir, o sistema socioeconômico atual não contempla todas as pessoas. Uma parte delas é excluída e tem que se virar com as migalhas da abundância da produção de bens, é um sistema baseado no mercado e em sua constante expansão, o que se faz privilegiando o lucro em detrimento das pessoas e da vida, em todas as suas expressões. Diante de um crime que clama aos céus, como o tráfico humano, não se pode permanecer indiferente, sobretudo os discípulos-missionários.
A Conferência de Aparecida reafirmou à Igreja latino-americana que sua missão implica necessariamente advogar pela justiça e defender os pobres, especialmente em relação às situações que envolvem morte.
Que esta Campanha da Fraternidade suscite, com as luzes do Espírito de Deus, muitas ações e parcerias que contribuam para a erradicação da nossa sociedade dessa chaga desumanizante, que impede pessoas de trilharem seus caminhos e crescerem como filhos e filhas de Deus. Afinal, foi para a liberdade que Cristo nos libertou. A Virgem das Dores, que amparou seu Filho crucificado, faça crescer entre os cristãos e pessoas de boa vontade a solicitude pelos irmãos e irmãs explorados cruelmente pelo tráfico humano.
--
Escrito por: PE Ari A. Reis, PE Luís Carlos Dias.


Oração da Campanha da Fraternidade de 2014

Ó Deus, sempre ouvis o clamor do vosso povo e vos compadeceis dos oprimidos e escravizados. Fazei que experimentem a libertação da cruz e a ressurreição de Jesus. Nós vos pedimos pelos que sofrem o flagelo do tráfico humano. Convertei-nos pela força do vosso Espírito, e tornai-nos sensíveis às dores destes nossos irmãos. Comprometidos na superação deste mal, vivamos como vossos filhos e filhas, na liberdade e na paz.

Por Cristo nosso Senhor.

AMÉM!

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