Fraternidade e Tráfico Humano
"É para a liberdade que cristo nos libertou!" GL 5,1
Histórico - CF
É o momento de diálogo com a
sociedade com foco da justiça social e da superação do pecado social, leva para
a sociedade uma perspectiva de vivencia evangélica comprometida e deve gerar a
conversão – mudança de mentalidade e de vida.
Objetivo geral
Identificar as práticas de
tráfico humano em suas várias formas e denunciá-lo como violação da dignidade e
da liberdade humana, mobilizando cristãos e a sociedade brasileira para
erradicar esse mal, com vista ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus.
Objetivo específicos
1 – Identificar as causas e
modalidades do tráfico humano e os rostos que sofrem com essa exploração;
2 – Denunciar as estruturas
e situações causadoras do tráfico humano;
3 – Cobrar dos poderes
públicos, políticas e meios para a reinserção na vida familiar e social das
pessoas atingidas pelo tráfico humano.
4 – Promover ações de
prevenção e de resgate da cidadania das pessoas em situação de tráfico.
5 – Suscitar, à luz da
Palavra de Deus, a conversão que conduza ao empenho transformador dessa
realidade aviltante da pessoa humana.
6 – Celebrar o mistério da
morte e ressurreição de Jesus Cristo, sensibilizando para a solidariedade e o
cuidado às vítimas desse mal.
Sobre o tema:
O tráfico humano é um crime
que atenta contra a dignidade da pessoa humana, já que explora o filho e a
filha de Deus, limita suas liberdades, despreza sua honra, agride seu amor
próprio, ameaça e subtrai sua vida, quer seja da mulher, da criança, do
adolescente, do trabalhador ou da trabalhadora — de cidadãs e cidadãos que,
fragilizados por sua condição socioeconômica e/ou por suas escolhas, tornam-se
alvo fácil para as ações criminosas de traficantes. Compreendido como um dos
problemas mais graves da humanidade, Segundo o Papa Francisco: “O tráfico de
pessoas é uma atividade ignóbil, uma vergonha para as nossas sociedades que se
dizem civilizadas!”. O Tráfico Humano
gera outras atividades igualmente perniciosas contra a dignidade humana.
Modalidades:
Tráfico para a exploração do
trabalho;
Tráfico para a exploração
sexual;
Tráfico para a extração de
órgãos;
Tráfico de crianças e
adolescentes;
Segundo a ONG Walk Free são
30 milhões de pessoas no mundo exploradas no tráfico humano. Segundo a OIT são
21 milhões de pessoas no mundo e 1,8 milhão na América Latina. As vitimas são
74% adultos (15,4 milhões) – 26 % abaixo de 18 anos (5,6 milhões); Gênero: 55% mulheres
e 45% homens.
Principais Países/tráfico humano:
Índia – 14 milhões
China – 3 milhões
Paquistão – 2,1 milhões
Nigéria – 705 mil pessoas
Etiópia - 650 mil pessoas
Atividades: trabalho
escravo/exploração sexual/casamento forçado.
Motivação Eclesial:
Igreja está intimamente
solidária com as pessoas afetadas pelo tráfico humano, comprometida com a
defesa da dignidade humana, dos direitos fundamentais e com a erradicação do
crime, é uma negação radical do projeto de Deus para a humanidade.
A criação como fundamento da dignidade humana:
Deus liberta e mostra o
caminho;
Exílio e sofrimento de um
Povo;
O Profetismo da esperança e
da Justiça;
O Código da Aliança protege
os mais vulneráveis.
Em Jesus Cristo cumpre-se o
evento decisivo da ação libertadora de Deus, a revelação em Cristo do mistério
de Deus é também a revelação da vocação da pessoa humana à liberdade, Jesus
entende que seu ministério é um ministério de libertação.
Compromisso da Igreja no Brasil:
Já existe um histórico de
mobilização das pastorais da Igreja, atuando em diferentes vertentes no
enfrentamento do Trafico Humano. Desde sua criação, em 1975, a CPT, entre seus
focos de ação, veio se dedicando crescentemente à questão do trabalho escravo
no campo.
Iniciativas :
Campanha de Olho aberto para
não virar escravo – 1997;
Ações do Setor da Mobilidade
Humana – Pastoral do Migrante;
Rede Internacional da vida
consagrada contra o Tráfico de Pessoas – Thalita Kun;
Rede Um Grito pela Vida;
CBJP – Regional Norte 2;
Unidades de Cáritas
Diocesanas, de Centros de Direitos Humanos, da Pastoral do Menor;
Grupos de Trabalho na CNBB – Mutirão Pastoral
contra o Trabalho Escravo.
CDVDH/CB - Açailândia
Conclusão
Nas vítimas do tráfico
humano, podemos ver rostos dos novos pobres que a globalização faz emergir, o
sistema socioeconômico atual não contempla todas as pessoas. Uma parte delas é
excluída e tem que se virar com as migalhas da abundância da produção de bens, é
um sistema baseado no mercado e em sua constante expansão, o que se faz
privilegiando o lucro em detrimento das pessoas e da vida, em todas as suas
expressões. Diante de um crime que clama aos céus, como o tráfico humano, não
se pode permanecer indiferente, sobretudo os discípulos-missionários.
A Conferência de Aparecida
reafirmou à Igreja latino-americana que sua missão implica necessariamente
advogar pela justiça e defender os pobres, especialmente em relação às
situações que envolvem morte.
Que esta Campanha da
Fraternidade suscite, com as luzes do Espírito de Deus, muitas ações e
parcerias que contribuam para a erradicação da nossa sociedade dessa chaga
desumanizante, que impede pessoas de trilharem seus caminhos e crescerem como filhos
e filhas de Deus. Afinal, foi para a liberdade que Cristo nos libertou. A
Virgem das Dores, que amparou seu Filho crucificado, faça crescer entre os
cristãos e pessoas de boa vontade a solicitude pelos irmãos e irmãs explorados
cruelmente pelo tráfico humano.
--
Escrito por: PE Ari A. Reis, PE Luís Carlos Dias.
Oração da Campanha da Fraternidade de 2014
Ó Deus, sempre ouvis o clamor do vosso povo e vos compadeceis dos oprimidos e escravizados. Fazei que experimentem a libertação da cruz e a ressurreição de Jesus. Nós vos pedimos pelos que sofrem o flagelo do tráfico humano. Convertei-nos pela força do vosso Espírito, e tornai-nos sensíveis às dores destes nossos irmãos. Comprometidos na superação deste mal, vivamos como vossos filhos e filhas, na liberdade e na paz.
Por Cristo nosso Senhor.
AMÉM!