Desde a sua origem a Coroa de
Advento possui um sentido especificamente religioso e cristão: anunciar a
chegada do Natal, sobretudo às crianças, preparar-se para a celebração do Santo
Natal, suscitar a oração em comum, mostrar que Jesus Cristo é a verdadeira luz,
o Deus da Vida que nasce para a vida do mundo. O lugar mais natural para o seu
uso é família.
Além da coroa como tal com as velas, é uso antigo
pendurar uma coroa (guirlanda), neste caso sem velas, na porta da casa. Em
geral laços vermelhos substituem as velas indicando os quatro pontos cardeais.
Entrou também nas igrejas em formas e lugares diferentes, em geral junto ao ambão.
Cada domingo do Advento se acende uma vela. Hoje está presente em escolas,
hotéis, casas de comércio, nas ruas e nas praças. Tornou-se mesmo enfeite
natalino. Já não se pode pensar em tempo de Advento sem a coroa com suas quatro
velas.
Simbolismo da Coroa de Advento (7)
Pelo fato de se tratar de uma linguagem simbólica,
a Coroa de Advento e seus elementos podem ser interpretados de diversas formas.
Desde a sua origem ela possui um forte apelo de compromisso social, de promoção
das pessoas pobres e marginalizadas. Trata-se de acolher e cuidar da vida onde
quer que ela esteja ameaçada. Podemos dizer que a Coroa de Advento constitui um
hino à natureza que se renova, à luz que vence as trevas, um hino a Cristo, a
verdadeira luz, que vem para vencer as trevas do mal e da morte. É, sobretudo,
um hino à vida que brota da verdadeira Vida.
A mensagem da Coroa de Advento é percebida a partir
do simbolismo de cada um de seus elementos.
O Círculo
A coroa tem a forma de círculo, símbolo da
eternidade, da unidade, do tempo que não tem início nem fim, de Cristo, Senhor
do tempo e da história. O círculo indica o sol no seu ciclo anual, sua
plenitude sem jamais se esgotar, gerando a vida. Para os cristãos este sol é
símbolo de Cristo.
Desde a Antigüidade, a coroa é símbolo de vitória e
do prêmio pela vitória. Lembremos a coroa de louros, a coroa de ramos de
oliveira, com a qual são coroados os atletas vitoriosos nos jogos olímpicos.
Os ramos verdes
Os ramos verdes que enfeitam o círculo costumam ser
de abeto ou de pinus, de ciprestes. É símbolo nórdico. Não perdem as folhas no
inverno. É, pois, sinal de persistência, de esperança, de imortalidade, de
vitória sobre a morte.
Para nós no Brasil este elemento é um tanto
artificial e, por isso, problemático, menos significativo, visto que celebramos
o Natal no início do verão e com isso não vivenciamos esta mudança da renovação
da natureza. Por isso, a tendência de se substituir o verde por outros
elementos ornamentais do círculo: frutos da terra, sementes, flores, raízes,
nozes, espigas de trigo.
Para ornar a coroa usam- se também laços de fitas
vermelhas ou rosas, símbolo do amor de Jesus Cristo que se torna homem, símbolo
da sua vitória sobre a morte através da sua entrega por amor.
Deste modo, nas guirlandas penduradas nas portas
das casas, os laços ocupam o lugar das velas. Lembram os pontos cardeais, a
cruz de Cristo, que irradia a luz da salvação ao mundo inteiro.
As velas
As quatro velas indicam as quatro semanas do Tempo
do Advento, as quatro fases da História da Salvação preparando a vinda do
Salvador, os quatro pontos cardeais, a Cruz de Cristo, o Sol da salvação, que
ilumina o mundo envolto em trevas. O ato de acender gradativamente as velas
significa a progressiva aproximação do Nascimento de Jesus, a progressiva vitória
da luz sobre as trevas. Originariamente, a velas eram três de cor roxa e uma de
cor rosa, as cores dos domingos do Advento. O roxo, para indicar a penitência,
a conversão a Deus e o rosa como sinal de alegria pelo próximo nascimento de
Jesus, usada no 3º domingo do Advento, chamado de Domingo “Gaudete”
(Alegrai-vos).
Existem diferentes tradições sobre os significados
das velas. Uma bastante difundida:
- a
primeira vela é do profeta;
- a
segunda vela é de Belém;
- a
terceira vela é dos pastores;
- a
quarta vela é dos anjos.
Outra tradição vê nas quatro velas as grandes fases
da História da Salvação até a chegada de Cristo. Assim:
- a
primeira é a vela do perdão concedido a Adão e Eva, que de mortais
se tornarão seres viventes em Deus;
- a
segunda é a vela da fé dos patriarcas que crêem na promessa da
Terra Prometida;
- a
terceira é a vela da alegria de Davi pela sua descendência;
- a
quarta é a vela do ensinamento dos profetas que anunciam a justiça
e a paz.
Nesta perspectiva podemos ver nas quatro velas as
vindas ou visitas de Deus na história, preparando sua visita ou vinda
definitiva no seu Filho Encarnado, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo:
- o
tempo da criação: de Adão e Eva até Noé;
- o
tempo dos patriarcas;
- o
tempo dos reis;
- o
tempo dos profetas.
Um dos símbolos mais comuns no Natal dos países católicos é
a reprodução do cenário onde Jesus Cristo nasceu: uma manjedoura, animais,
pastores, os três reis magos, Maria, José e o Menino Jesus. O costume de montar
presépios surgiu com São Francisco de Assis, que pediu a um homem chamado
Giovanni Villita que criasse o primeiro presépio para visualizar, sensibilizar,
facilitar a meditação da mensagem evangélica, do, conteúdo, do mistério de
Jesus Cristo que nasce na pobreza, na simplicidade. São Francisco, então,
celebrou uma missa em frente deste presépio, inspirando devoção a todos que o
assistiam.
Ele foi inspirado no bispo Nicolau, que viveu e pontificou
na cidade de Myra, Turquia, no século IV. Nicolau costumava ajudar, anonimamente,
quem estivesse em dificuldades financeiras. Colocava o saco com moedas de ouro
a ser ofertado na chaminé das casas. Foi declarado santo depois que muitos
milagres lhe foram atribuídos. Sua transformação em símbolo natalino aconteceu
na Alemanha e daí correu o mundo. Nos Estados Unidos, a tradição do velhinho de
barba comprida e roupas vermelhas que anda num trenó puxado por renas ganhou
força.A figura do Papai Noel que conhecemos hoje foi obra do cartunista Thomas
Nast, na revista Harper's Weeklys, em 1881.
O
cartão de Natal:
A prática de enviar cartões de Natal surgiu na Inglaterra
no ano de 1843. Em 1849 os primeiros cartões populares de Natal começaram a ser
vendidos por um artista inglês chamado William Egly. Independentemente da
sofisticação, beleza e simplicidade, os cartões são símbolos do
inter-relacionamento do homem. O ser humano é comunicação, é relacionamento. A
dimensão dialogal, de comunhão, de empatia vem expresso pela palavra escrita.
Ao falarmos em palavra, nos vem à mente o prólogo do evangelho de São João:
Cristo é o Verbo, a Palavra criadora, unificadora e salvadora de Deus (Jo
1,1-5).
Os
presentes:
Existem muitas origens para este símbolo. Uma delas conta
que São Nicolau, um anônimo benfeitor, presenteava as pessoas no período
natalino. Outra tradição mais antiga, lembra os três reis magos que
presentearam Jesus. O dia e o motivo de dar e receber presentes varia de país
para país.
A origem dos presentes por ocasião do final do ano tem
origem pagã e que a tradição cristã foi aos poucos assimilando.
Os romanos, há mais de 1500 anos, tinham o costume de
enviar presentes aos amigos no início do ano novo. Tal hábito coincidia aos
festejos ao deus Janus (um deus bifronte, que olhava para o ano que terminava e
para o que começava) e, talvez as origens do nosso reveillon e outras
comemorações de fim de ano. Esta festa complementava a festa do sol (25 de
dezembro).
Com o crescimento do cristianismo essas festas foram
ganhando sentido cristão: Cristo é o Sol que ilumina o caminho dos homens; Ele
é o Senhor da História; é o grande presente de Deus à humanidade.
Dar presente é uma maneira muito palpável de demonstrar a
solidariedade e bondade humana em dar sem interesse de receber. É vivenciar de
maneira simples e ínfima a imensa e infinita bondade de Deus.
Canções
de Natal:
A Igreja católica sempre deu muita importância para o valor
da música. As primeiras canções natalinas datam do século IV e são cantadas até
hoje na véspera de Natal.
A
Comida:
O Natal significa comida na maior parte do mundo cristão. O
simbolismo que o alimento tem na mesa no dia de Natal vem das sociedades
antigas que passavam muita fome e encontravam em algum tipo de carne - o mais
importante prato - uma forma de referenciar à Deus e à Jesus. Geralmente era servido
porco, ganso - mais tarde substituído por peru, e peixe. Uma série de bolos e
massas são preparados somente para o Natal e são conhecidos por todo mundo.
A
ESTRELA
A estrela na sociedade humana esteve sempre ligada como
"bússolas naturais" das pessoas. Hoje os aparelhos de navegação
evoluíram de tal forma que as estrelas se tornaram apenas ornamentos no céu,
objeto de estudo. Contudo durante milhares de anos eram elas as responsáveis em
guiar os navegadores pelos mares e os viajantes pelos desertos. Eram elas que
indicavam a direção, o sentido, o porto seguro.
A estrela guiou os três reis magros Baltazar, Gaspar,
Melchíor - desde o oriente até local onde nasceu Jesus para que pudessem
presenteá-lo com ouro, incenso e mirra , é lembrada hoje pelo enfeite que é
colocado no topo da árvore de Natal. E Jesus Cristo é a Estrela Guia da
humanidade. Ele é o caminho, o Sentido, a Verdade e a Vida.
OS
MAGOS
"Eis que uns magos chegaram do Oriente a Jerusalém
perguntando: 'onde está o rei dos Judeus, que acaba de nascer? ... viemos
adorá-lo, '... Eis que a estrela que tinham visto no Oriente, ia-lhes à frente
até parar sobre o lugar onde estava o menino ... e o adoraram. Abriram seus
cofres e lhe ofereceram ouro, incenso e mirra"(Mt 2,1-12).
Não eram reis e sim sábios, estudiosos, mas o que isto
importa? A mensagem é mais forte que esse detalhe. Esta narração tão plástica e
viva, enriquecida posteriormente com aspectos lendários, como o nome dos três
(Melchior, Gaspar e Baltazar), traz duas grandes mensagens teológicas:
- Cristo não veio apenas para os Judeus, mas para redimir
toda a humanidade, Ele é o polo para o qual convergem todas as raças.
- A segunda grande mensagem está relacionada aos presentes
oferecidos pelos magos: ouro, incenso e mirra. O evangelista Mateus expressa
por esses símbolos a fé vivenciada pelos primeiros cristãos: Cristo é Rei dos
Reis (daí o ouro), é filho Deus (o incenso) encarnado (a mirra).
A VELA
Por milhares de anos, até a descoberta da energia elétrica
há 100 anos, a vela, a lamparina ou lampião a óleo, as tochas foram as fontes
de luz nas trevas noturnas. A minúscula chama afugentava as trevas, a escuridão
dando segurança e calor. Por isso na antiguidade alguns povos chegaram a
cultuar o fogo como divindade. Jesus Cristo é a luz que ilumina nosso caminho:
"Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a
luz da vida" (Jo 8,12). E "vós sois a luz do mundo , não se acende uma
candeia para se pôr debaixo de uma vasilha, mas num candelabro para que ilumine
todos os da casa. É assim que deve brilha vossa luz" (MT 5,14-16).